No âmbito da disciplina de Oficina de Artes, foi-nos proposto escolher, para apresentar no 3.º Período, um projecto no domínio da Arquitectura, do Design de Equipamento e/ou da Instalação. Optámos por criar uma Instalação.
Curiosamente e quase em concomitância, foi-nos proposto na disciplina de Oficina de Multimédia a concepção de um projecto de instalação/performance de Som e Imagem. Nada poderia ter sido mais bem articulado do ponto de vista interdisciplinar e optámos, neste sentido, por juntar o Projecto de Oficina de Artes ao de Oficina de Multimédia.
Numa primeira fase, antes de iniciarmos o projecto, tentámos adquirir mais conhecimentos acerca de instalações já realizadas por vários artistas (tais como Mira Schendel e Cildo Meireles, etc.), como também procurámos informarmo-nos do próprio conceito de instalação.
Após toda a informação pesquisada e conseguida, começámos por tentar ter ideias de como iríamos fazer a nossa instalação, em que espaço seria inserida, que materiais usar, como utilizar a luz, que os objectos criar ou conjugar.
A nossa ideia inicial foi a de filmarmos um jogo de ténis e, usando um suporte na nossa cabeça com 6 câmaras tentando filmar as várias perspectivas vistas através do jogador em campo - uma a filmar para o lado esquerdo, outra para o lado direito, outra para a frente, outra para trás, outra virada para baixo e outra virada para cima - projectar as 6 filmagens, numa sala escura, em todas paredes, incluindo o tecto e chão. Mas, depois, vimos que não seria muito prático um jogador de ténis estar a jogar com um suporte na cabeça e que a instalação não iria funcionar muito bem.
Continuámos com a ideia de filmar um jogo de ténis, porém, desta vez, com 4 câmaras, duas a filmar cada um dos jogadores de frente, uma outra a filmar o campo todo de lado, mas sem aparecer os jogadores, e a outra a filmar de baixo para vermos a bola como se passasse por cima de nós, depois de projectada na sala. Feitas as filmagens, verificámos que a câmara que filmara de baixo não funcionava bem e retirámos essa filmagem do projecto final da instalação.
As duas câmaras que filmaram os jogadores de frente tinham como objectivo fazer parecer que a bola se direccionava para cima da pessoa que está a ver o jogo projectado na sala, e a outra que filmou o campo de lado tem como objectivo ver o movimento da bola de um jogador para o outro, dando, assim, a sensação de como se estivéssemos mesmo a vê-lo, abrindo também a possibilidade de visualizar as várias perspectivas do jogo de ténis.
Para apresentar a nossa instalação, utilizámos a sala de convívio da parte antiga da Escola Secundária Antero de Quental, fazendo com que a sala ficasse toda sem nada e concentrada só nos panos, toda escura. Para que tal acontecesse, utilizámos sacos de lixo, três panos para as três projecções, três projectores, três computadores e duas colunas para conseguir amplificar o som na sala toda, enfatizando-se ao som da bola. Também colocámos bolas de ténis espalhadas no chão da sala, para conseguir envolver realmente mais a pessoa no espaço.
O nosso objectivo na criação desta instalação foi, por um lado, captar o som essencialmente da bola num jogo de ténis e, por outro, evidenciar as várias perspectivas dos jogadores e dos espectadores, juntando-as, fazendo com que a nossa instalação nos permitisse estar efectivamente no jogo de ténis.
Trabalhado realizado por:
Afonso Cordeiro
Beatriz Valido
12º J
